LIMA (Reuters) - O Peru estendeu o tapete vermelho e recebeu elogios ao presidente da China, Xi Jinping, na segunda-feira, comemorando o fortalecimento dos laços com a potência asiática na esteira da surpreendente vitória presidencial de Donald Trump nos Estados Unidos.
A China ultrapassou os EUA como maior parceiro comercial de Lima anos atrás, e o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, vem cortejando novos investimentos chineses desde que assumiu em julho, visitando a China antes de qualquer outro país.
A eleição de Trump tornou mais urgente um aprofundamento diplomático entre Peru e China, já as críticas do presidente eleito ao comércio chinês e à imigração latino-americana despertaram dúvidas sobre o futuro do papel de Washington na região Ásia-Pacífico, que cresce rapidamente.
A visita oficial de Xi é um passo além no acolhimento que ele recebeu durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês), que o Peru sediou até domingo passado e durante a qual prometeu abrir ainda mais a economia de seu país em meio aos temores de protecionismo.
O Peru, que está a caminho de se tornar o segundo maior produtor de cobre neste ano graças a uma nova mina chinesa, é uma das economias mais abertas do mundo.
"O Peru foi o primeiro país latino-americano a assinar um acordo de livre comércio abrangente com a China. Ele está liderando a região na cooperação com a China", disse Xi por meio de um intérprete em um discurso ao Congresso peruano.
Saudado em Lima por mulheres que cantaram uma canção de boas-vindas em mandarim, Xi assinou uma série de pactos com Kuczynski que incluíram planos para desenvolver projetos de mineração chineses, entre eles um que foi prejudicado por protestos que resultaram em mortes em 2009.
Ressaltando a importância dos laços culturais, Kuczynski disse que um museu local deveria explorar as possíveis raízes peruanas na migração asiática através do Estreito de Bering.
"É vital saber de onde você vem para saber para onde você vai", afirmou o mandatário.
Em junho, Kuczynski brincou que cortaria as relações com os EUA se Trump vencesse a eleição, e neste mês disse que irá se manifestar na Organização das Nações Unidas (ONU) contra a construção de um muro na fronteira norte-americana com o México.
Ex-banqueiro de Wall Street, Kuczynski espera diversificar as exportações do Peru para a China indo além do cobre.
(Por Mitra Taj)